Procuramos o invisível de olhos bem abertos,
Se o conseguires ver, nem que seja por instantes
Então não é verdadeiro.
O invisível só pode ser alcançado de olhos vendados,
Recolhido no silêncio, que abafa as interjeições no caos
Do desejo de abraçar o mundo todo de uma só vez!
Neste confronto com o invisível, a respiração abranda sem se
importar
Com o avançar das horas, sem acelerar o coração envergonhado
Que procura à sua volta sem sair do lugar.
Como os nossos corpos sós num quarto á meia luz
Como os nossos corpos sós num quarto á meia luz
Desvendando o horizonte longínquo,
Enquanto pela janela semi aberta sopra a magia da brisa
Que nos toca sem desvendar a totalidade da sua força.
Se conseguires ver o invisível de olhos fechados,
Num quarto à meia-luz, então vais livre, vais depressa
E sem medo, longe do tempo das perguntas que apagavam
O chão e nos faziam voar sem termos asas. O abismo perde o
encanto
Quando se cai a primeira vez e a perseverança no erro é a
teimosia
Dos vencidos, que não ambicionam reconhecer
A luz que se esconde por detrás das trevas.
Não se perde a esperança,
Quando este é o tempo
Que nos molda os dedos aos anéis
Que partilhamos
Na descoberta do invisível.
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