Um nó de palavras mortas à nascença
Na garganta de todos os dias,
Nas cordas vocais edemaciadas do tabaco
Que não apetece. Nunca apetece. Algumas vezes apetece.
Vejo-te nua, descomplexada,
Numa explosão interior
Coordenada à distância
Do que não invocas e odeias.
Numa explosão interior
Coordenada à distância
Do que não invocas e odeias.
E o teu olhar finta-me
Como outrora o Paulo Futre
Antes do arranque
Para o golo documentado.
Como outrora o Paulo Futre
Antes do arranque
Para o golo documentado.
O teu olhar evita-me
Num resto de domínio
Dos sentimentos e emoções a abarrotar,
Desejando a noite de repouso porque amanhã é outro dia
E eu estou cansada,
Desfigurada daquilo que me achava. E afinal, talvez agora
A descoberta de sangue na boca
E epistáxis jorrando do interior
Do coração outrora acelerado,
Mas agora descompassado.
Num resto de domínio
Dos sentimentos e emoções a abarrotar,
Desejando a noite de repouso porque amanhã é outro dia
E eu estou cansada,
Desfigurada daquilo que me achava. E afinal, talvez agora
A descoberta de sangue na boca
E epistáxis jorrando do interior
Do coração outrora acelerado,
Mas agora descompassado.
Espero, mais um segundo
Observando em primeira mão
A descoberta de ti,
Observando em primeira mão
A descoberta de ti,
Perante ti mesma.
Tento falar,
Mas as palavras continuam mortas
Sobre a forma de palavras ou pedras que não conseguem
Fugir de mim!
Mas as palavras continuam mortas
Sobre a forma de palavras ou pedras que não conseguem
Fugir de mim!
Se ao menos tivesse
Coragem de atirar com aqueles tomates,
Tomates por pelar
Na manifestação
Da assembleia da tomatina.
Coragem de atirar com aqueles tomates,
Tomates por pelar
Na manifestação
Da assembleia da tomatina.
Ou pelo menos Vinho do Porto cá em casa,
Ou melhor, vinho da Madeira,
Talvez assim
O nó que me aperta e estrangula se torna-se mais
Ou melhor, vinho da Madeira,
Talvez assim
O nó que me aperta e estrangula se torna-se mais
Doce de esperança.
Juan Perez Gonzalez,
Vila Nova de Gaia,
28 de Outubro de 2012.
Juan Perez Gonzalez,
Vila Nova de Gaia,
28 de Outubro de 2012.