Uma longa lança espetada nas entranhas do povo.
Mais uma vez regressa a saudade que caracteriza o meu país.
Serás tu capaz ainda, mais uma vez
De dar a mão, à próxima vitima
Banhada em sangue?
Vais continuar a sonhar, agora que
O teu suor sabe a lagrimas e o
Teu esforço compadece-se em pagar as
Contas dos banqueiros.
A rosa murchou,
Ou será o punho fechado do socialismo
Vertido à corrupção democrática?
Ou será uma seta invertida, porque aquela virada à direita
Teima em respirar, um ultimo folego,
Enquanto a aguardente velha repousa apodrecendo nas garrafas,
Tombadas, atabalhoadas nos armários.
Será que ao abrir o armário do teu quarto,
Durante a próxima avaliação da troika,
Vou encontrar mais um esqueleto putrefacto,
Do tempo do quero posso e mando?
Respira, não respira, pode respirar,
Nada justifica a morte em vida. O Sol brilha
Mas não é para todos, enquanto esses pontos
Cinzentos prevalecerem democraticamente
Sobre o céu que se quer azul.
Por isso luta, povo luta, larga
A armadura e o escudo do quotidiano, e ergue-te
Orgulhosamente, sem que sejas um mártir,
Ou uma vitima, em que outros são exímios, e vem
Renascer crucificando a hipocrisia.
Juan Pérez Gonzalez, 26 de Fevereiro de 2013, Vila Nova de Gaia