terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Razão












Este é o meu olhar sentido

Sobre o que circula à minha volta.

Sou o próprio universo

Pelo ar que respiro,

Pela matéria de carne, ossos e água,

Pelo sangue que me corre na identidade,

Pelo sol que me transforma.

 

Um horizonte que é de todos,

Mas que observo à minha maneira,

Seduzido,

Deixo de ser o mesmo.

Mas este ponto de vista nada vale,

O mundo é vasto, abundante de razões

Próprias de seres estranhos.

 

Perco a minha razão,

Submeto-me à emoção da ilusão efémera?

Elogio a minha diferença,

Essa segurança

De mais uma respiração não forçada,

Autónoma,

Inconsciente,

Um verdadeiro milagre que logro

E provo com prazer,

Ainda que a dúvida permaneça

De que o meu ponto de vista

Não seja a última verdade.

 

Fecha-se a porta lentamente,

Como se tivesse vontade própria,

A luz do exterior tenta entrar no quarto,

Acabando vencida

A luz desaparece,

Fecho os olhos cansados

Que de nada servem neste regresso

 
 
Ao paraíso do sonho.

 

A luz, serena, dona do tempo das coisas continua lá fora,

Deparando-se com a porta,

Esperando-me

Para mais um dia deste amor que sou eu e o convívio

Entre a minha razão e a dos outros.

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