Se me encontrares vagueando no teu regaço
Permite-me poisar a cabeça,
Numa abstinência
Do mundo
Que se move
Lá fora,
Enquanto eu me esvazio
Das minhas mágoas.
Mas não te iludo mais
Não te quero o meu refúgio
De beijos, carícias e vertigens,
Quero-te fazer a minha estrada
Onde caminho sem hesitar, preso na liberdade do destino,
Que me tranquiliza e apazigua.
Prometo, acordar bem cedo
Da apatia
Que me imobilizava o olhar na mancha
Que não se move
E permanece
Sempre
Na parede do quarto,
Esse passado maldito,
Esse passado de boémia,
Esse passado de tortura,
Esse passado que procurei e encontrei
E que agora deixo cair,
Por isso,
Se me distinguires
Ao longe, não te escondas
Numa máscara inventada à pressa
Que nem sequer te serve
E destrói a chama do desejo que tenho
Dos teus cabelos soltos,
Suados,
Sobre mim,
Pintando o meu corpo com esse néctar sublime,
Esse que é, finalmente, o momento,
Da rendição,
Decidida,
Do teu amor.
Juan Pérez Gonzalez,
Vila Nova de Gaia,
17 de Dezembro de 2012
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