segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

SE ME ENCONTRARES


 

 

 
 
 
 
 
 
Se me encontrares vagueando no teu regaço

Permite-me poisar a cabeça,

Numa abstinência

Do mundo

Que se move

Lá fora,

Enquanto eu me esvazio

Das minhas mágoas.

 

Mas não te iludo mais

Não te quero o meu refúgio

De beijos, carícias e vertigens,

 

Quero-te fazer a minha estrada

Onde caminho sem hesitar, preso na liberdade do destino,

Que me tranquiliza e apazigua.

 

Prometo, acordar bem cedo

Da apatia

Que me imobilizava o olhar na mancha

Que não se move

E permanece

Sempre

Na parede do quarto,


 

Esse passado maldito,

Esse passado de boémia,

Esse passado de tortura,

Esse passado que procurei e encontrei

E que agora deixo cair,

 

Por isso,

Se me distinguires

Ao longe, não te escondas

Numa máscara inventada à pressa

Que nem sequer te serve

E destrói a chama do desejo que tenho

Dos teus cabelos soltos,

Suados,

Sobre mim,

Pintando o meu corpo com esse néctar sublime,
 

Esse que é, finalmente, o momento,

Da rendição,

Decidida,

 

Do teu amor.

 

Juan Pérez Gonzalez,

Vila Nova de Gaia,

17 de Dezembro de 2012

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