Neste dia frio de
outono
Em que anseio por renascer.
Outra vez,
De ossos regelados,
Mastigo uma chiclete
Cansada e sem sabor,
De um dia como os
outros
Cheio de melancolia destruidora
De muitos começos,
inacabados,
Que vingam e
ameaçam
A continuidade
De uma vida cheia.
Trago comigo
O Sol que não aquece
O sorriso,
Suspenso numa
incerteza
Do vazio que teima
Em alastrar.
Os passos, seguem sozinhos,
Enquanto os pés
continuam de olhos fechados,
Carregando o peso morto
Deste cadáver pós moderno,
Sem se opor e sem reclamar
Um banho de sais e água quente.
Quando subitamente,
O passeio aparece vestido
Da nudez das árvores,
Com folhas verdes, amarelas,
Castanhas e vermelhas,
Espalhadas na calçada,
Embelezando o caminho
De uma lufada de ar fresco.
Juan Pérez González,
7 de Dezembro de 2012,
Vila Nova de Gaia
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