sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

LUFADA DE AR FRESCO


 
 
 








 
 

 
Neste dia frio de outono

Em que anseio por renascer.

Outra vez,

De ossos regelados,

Mastigo uma chiclete

Cansada e sem sabor,

 

De um dia como os outros

Cheio de melancolia destruidora

De muitos começos, inacabados,

Que vingam e ameaçam

A continuidade

De uma vida cheia.

 

Trago comigo

O Sol que não aquece

O sorriso,

Suspenso numa incerteza

Do vazio que teima

Em alastrar.

 

Os passos, seguem sozinhos,

Enquanto os pés continuam de olhos fechados,

Carregando o peso morto
 
Deste cadáver pós moderno,
 
Sem se opor e sem reclamar
 
Um banho de sais e água quente.




Quando subitamente,

O passeio aparece vestido

Da nudez das árvores,

Com folhas verdes, amarelas,
 
Castanhas e vermelhas,

Espalhadas na calçada,
 
 
Embelezando o caminho
 
De uma lufada de ar fresco.
 
 
 
Juan Pérez González,
 
7 de Dezembro de 2012,
Vila Nova de Gaia
 

 

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